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Deu Match!?

Usuários contam vantagens de conhecer alguém no app em vez da balada

Deu Match!?

03/04/2019 04h00

Foto: Getty Images

Se há alguns anos para paquerar alguém era necessário socializar cara a cara, fosse na balada, barzinho ou contando com a ajuda de amigos, hoje basta instalar um dos aplicativos de relacionamento que existem no mercado para encontrar alguém. As razões que levam muitos dos adeptos da ferramenta a preferir o app ao rolê são variadas, mas fatalmente esbarram na questão de sair já sabendo o que vão encontrar.

Redescobrindo a sexualidade

Cárita Pozzer, 23, é um exemplo disso. A relações públicas viveu um relacionamento fechado durante nove anos, que culminou em um casamento no meio de 2018. Só que, depois de oficializar a união, ela propôs ao marido abrir a relação, já que, nas palavras dela, "não queria envelhecer sem passar pela solteirice".

Após seis meses vivendo assim, eles resolveram se separar. O ex-marido mudou-se para o Japão e ela irá para Berlim daqui a alguns dias. A garota conta que foi quando resolveu abrir a relação que passou a usar os aplicativos de relacionamento para conhecer gente nova.

A relações públicas Cárita Pozzer passou a usar apps de relacionamento após abrir sua relação. Crédito: arquivo pessoal

"Acho mais fácil ver como a pessoa se mostra no aplicativo do que em um bar, por exemplo. Tenho coragem de falar com a pessoa no bar, mas não quero fazer esse esforço. Gosto de gente que tem coragem de por fotos estranhas no app, porque colocar fotos bonitas é fácil. Quero saber o que a pessoa tem de diferente", explica.

Para Cárita, o físico não é a parte mais importante quando conhece alguém, mas, sim, estabelecer relações verdadeiras, baseadas em afinidade. "Gosto muito de balada, só vou embora quando acendem as luzes. Quero dançar! Nem me vem à cabeça pegar ninguém. Só faço isso se já estiver acompanhada, porque gosto de estabelecer uma relação de amizade antes de me envolver com alguém".

A jovem afirma ter saído com quatro pessoas que conheceu em apps e que ainda se relaciona com duas delas. A nova fase está sendo cheia de descobertas. "Após abrir o relacionamento, me entendia como heterossexual. Hoje, vejo que talvez não seja bem isso. Ano passado, percebi que heterossexualidade não existe: se você está com uma pessoa, gosta dela, a acha bonita, legal, se sente atraída por outros fatores, poderia beijá-la, independentemente se for homem ou mulher. Ainda não me defino como bissexual, mas tenho ficado com quem me sinto atraída".

Mais barato do que balada e match de ideias

O publicitário Maurício Santos, 23, acredita que a principal vantagem do aplicativo em relação à balada é que você conversa com a pessoa e percebe afinidades antes de beijá-la. "Acho que baladas são para coisas absolutamente imediatas, e aplicativo nem tanto. Pode ser para relações mais casuais, mas tem essa janela para conhecer melhor a pessoa com quem você conversa".

Maurício usa o aplicativo há cerca de dois anos e diz que prefere lugares mais íntimos, como barzinhos, para se encontrar com mulheres que tenha conhecido previamente nos aplicativos do que locais mais agitados. "Acho que não mantive contato com mais ninguém que conheci na balada depois que comecei a usar os apps".

Outra vantagem que ele vê no aplicativo diz respeito à questão financeira, afinal, conhecer alguém no app é grátis — e balada sai caro. Ele também acha mais fácil saber se sente uma atração mínima pela garota antes de sair com ela quando se conhecem primeiro virtualmente. "Estética é um fator que sempre vai acabar interferindo nas decisões, mas o que realmente importa é saber quem é aquela pessoa."

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É a mesma linha de raciocínio de Cláudio Dantas, 35. Após pôr fim a um longo namoro, o analista financeiro resolveu encarar o mundo dos aplicativos de relacionamento. "Quando você namora por muitos anos, ir à balada não tem mais a mesma graça que tinha, até porque muitos dos meus amigos são comprometidos e querem fazer outros programas".

Para ele, os aplicativos são uma boa alternativa porque permitem filtrar as pessoas de acordo com questões estéticas e de afinidade. "Acho que poder escolher com quem você quer sair antes de conhecer pessoalmente é vantajoso tanto para o homem quanto para a mulher, porque aumenta as chances de dar certo. É como se o app substituísse o flerte ao vivo".

Cláudio ressalta também que, embora não seja primordial, o aplicativo é financeiramente mais vantajoso do que a balada. "Prefiro investir meu dinheiro para conhecer alguém legal, que sei mais ou menos como pensa, mesmo que não aconteça nada, do que gastar entrada, estacionamento e bebida em um lugar no qual não me sinto muito à vontade".

A estudante Giovanna Gilio encontrou o primeiro namorado no app de relacionamento. Crédito: arquivo pessoal

Relacionamento aberto

Giovanna Gilio, 24, se define como uma paqueradora preguiçosa. "Quando você se propõe a encontrar alguém pessoalmente tem que ver, conversar, descobrir e às vezes se decepciona. No app já tem como saber se quer dar o próximo passo com essa pessoa, dar um match e começar a conversar".

Foi no aplicativo, no último mês de agosto, que a estudante conheceu o namorado, Adonis, com quem vive uma relação aberta. "Esse é meu primeiro relacionamento, porque antes nunca tive interesse em algo que precisasse desse olhar diferente e foi muito natural. Temos uma conexão meio doida. Acho que dei muita sorte em poder viver essa liberdade".

"Estética é muito subjetivo. Tenho um senso de beleza muito particular. Eu me atraio muito mais por questões de afinidade e ideias parecidas. Atualmente tenho pavor de me envolver com alguém que pense muito diferente de mim, porque sei que teremos muito atrito e não quero viver assim", pontua.

Giovanna ficou um tempo sem utilizar apps de relacionamento, mas há poucos dias resolveu retomar o uso da ferramenta. "Gosto de sair e o faço com certa frequência, mas não é com o objetivo de ficar com ninguém. Curto flertar, mas eu realmente gosto de conhecer a pessoa antes e saber se eu quero investir meu tempo nela. O aplicativo me oferece isso".

Por Eligia Aquino Cesar, colaboração para a Universa

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Notícias, curiosidades e muitas histórias de quem já se deu bem ou quebrou a cara nos apps de paquera.

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