Ciúme ou abuso? Elas contam como se livraram de quem conheceram nos apps
Apps de relacionamento fazem parte da vida da maioria das pessoas solteiras. Muitos estão nessas ferramentas para namorar, em busca de sexo casual ou ao menos um date. Porém, tem quem esteja ali somente para conhecer gente nova, fazer amigos mesmo. Mas há, ainda, um outro grupo de pessoas que confunde as coisas, transformando o que poderia ser algo bacana em uma relação doentia, permeada por crises de ciúmes e perseguição. Veja histórias:
"Precisei da ajuda do meu pai para conseguir terminar"
Odara Guimarães, 22, tinha 18 anos quando conheceu um rapaz em um app de paquera que, logo depois do primeiro encontro, sugeriu que ela desinstalasse o aplicativo, para que ficassem só um com o outro.
A estudante disse que não se sentia confortável com o pedido, que poderiam continuar saindo, mas que ela não deixaria o app. "Ele começou a se achar meu proprietário. Queria que eu desse satisfação de onde e com quem estava, que eu desse a chave do meu apartamento para ele. Um dia cheguei e o porteiro disse que ele tinha perguntado se eu estava mesmo viajando, se estava recebendo alguém! Foi extremamente assustador".
Com medo, depois desse episódio invasivo, Odara decidiu pôr fim a relação. "Ele não desistiu após eu dizer que não queria mais vê-lo. O cara começou a adicionar meus amigos em todas as redes sociais, me esperava na porta de casa. Até o dia em que meu pai estava aqui e eu pedi que dissesse ao rapaz que chamaria a polícia se a perseguição continuasse. Ele ainda tentou me adicionar em redes sociais, mas a obsessão, felizmente, acabou".
"Ele ameaçou de morte o rapaz com quem eu me relacionava"
Com a designer Mariane Alves de Sousa, 21, a história foi um pouco diferente. No fim do ano passado, um cara começou a segui-la no Instagram após vê-la na rede social. "Nunca tínhamos nos falado, mas mesmo assim ele pôs na cabeça que ficaríamos juntos. Criou uma conta falsa, usando fotos de outras pessoas, para conversar comigo, mas fiquei desconfiada porque era tudo muito esquisito".
A jovem descobriu a farsa e, como percebeu que o rapaz tinha tomado aquela atitude por insegurança, não o excluiu. Mariane eventualmente conversava com ele, sempre deixando claro que não teriam nada além de bate-papo, já que ela se relacionava amorosamente com outra pessoa. "Ele começou a ficar com ciúmes. Sempre queria saber o que eu estava fazendo, onde estava, bem possessivo. Queria tomar conta da minha vida, dar presentes, achava que era a única pessoa do mundo que poderia me fazer feliz".
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O problema chegou ao auge quando ele criou outra conta falsa com o objetivo de ameaçar de morte o rapaz com quem ela saía à época. "O cara com quem eu estava, ficou preocupado. Quando descobri que foi ele mesmo, deixei claro que não queria isso, que era livre. Falei que, se ele insistisse, iria à polícia e o bloqueei", relembra.
Mariane admite que errou em não ter percebido os sinais, o que acabou colocando alguém importante em risco. "Eu já estava ficando com esse menino há um tempo, nos tornamos mais que ficantes, somos amigos e por isso ele sabia do que estava acontecendo antes de ser ameaçado. Sugeri darmos um tempo, mas ele não quis, disse que gostava muito de sair comigo e estamos assim há nove meses".
"Ele me perseguia, queria que eu vivesse só para ele"
Cristiane Braga, 40, já viveu algo assim, ao recorrer aos apps, anos após estar separada. Na esperança de encontrar alguém bacana, deu chance a um cara. "Ele não era o tipo de homem que me atraía fisicamente, mas era tão educado, gentil e legal que fui me envolvendo".
A assessora de imprensa aceitou namorá-lo, mas deixou claro que gostava muito da família do ex-marido, com quem se dava muito bem. "Ele disse até achar bonito meu laço de amizade e carinho com eles, mesmo após separação. Só que uma semana depois passou a reclamar quando falavam comigo e tentava me proibir de ir a festas em que eles estivessem. Além disso, quis me afastar dos meus amigos, querendo que eu vivesse só para ele".
Após o namorado pedir que ela mandasse fotos para comprovar onde estava, Cristiane resolveu terminar a relação pelo WhatsApp mesmo. "Ele ficou me perseguindo nas redes sociais, falando mal de mim. Precisei trocar o número de telefone e ameaçar fazer boletim de ocorrência para ele parar de perturbar. Durou pouco mais de um mês. Se continuasse, acho que ele teria me agredido", finaliza Cristiane.
Eligia Aquino Cesar, colaboração para a Universa
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