Apps de relacionamento ajudam a realizar fantasias sexuais?
Muitas pessoas têm fetiches que acabam não pondo em prática por pudor, falta de um parceiro que embarque nas ideias ousadas ou por não saber onde encontrar a alguém para realizar fantasias. Mas tem gente que está tendo boas experiências em encontrar parceiros de fetiche em aplicativos de relacionamento.
A arquiteta Júlia Alvarenga, de 27 anos, sempre teve curiosidade de experimentar a prática de dominação e submissão sendo dominadora, mas até então não havia conseguido colocar o fetiche em prática. "Nunca me senti confortável em conversar sobre isso com meus namorados, pois sempre senti que eles não seriam abertos. Por mais que sempre tenha tido vontade de dominar, eu percebia pelo modo que eles conduziam a relação que se sentiriam intimidados e até ofendidos comigo mandando, mesmo que fosse só entre quatro paredes", conta Júlia.
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Foi quando, já solteira, ela resolveu usar os apps para tentar tirar do imaginário suas fantasias. "Eu fiz um perfil no Tinder bem explícito, deixando claro que não queria nada sério e que buscava sexo casual. Ao conversar com os caras, eu já dizia mais ou menos o que pretendia e, pela conversa, dava para sentir se eles realmente entendiam do assunto ou se só estavam querendo algo fácil", explica ela.
Três meses de procura depois, Júlia conheceu um rapaz experiente em BDSM –após dois encontros, eles transaram."Acho que dei sorte de sair com alguém que já entendia sobre o meu fetiche, mas também penso que só pelo cara já saber o que eu queria e topar já seria uma grande vantagem, pois não teria aquela situação estranha da pessoa te julgando ou tentando compreender o porquê de você gostar ou querer fazer certas coisas", diz Júlia.
Outro que usou os apps para achar fetichistas foi o publicitário Danilo Fajani, de 32 anos. Inicialmente, o uso de aplicativos por ele foi para perder a timidez e ganhar autoconfiança, mas com o tempo ele percebeu que também dava para se aventurar utilizando os apps. "Os aplicativos me ajudaram a me soltar um pouco mais, e, como sou voyeur assumido, a utilização de apps me ajudaram a apimentar a minha atividade erótica", conta ele.
Além do Tinder, Danilo também já testou apps como Hornet, Grindr, Scruff, Happn e até mesmo o 3nder, especializado em encontros a três e perfeito para quem tem fetiche em ménages e/ou voyeurismo.
No começo, o publicitário admite que tinha certo preconceito com o uso de apps e, embora acredite que eles podem ajudar o usuário a por fantasias em prática, a tarefa não é fácil. "Os meios tecnológicos ajudam muito, mas os apps de pegação ainda têm muitos usuários 'dentro do armário' buscando diversão, mas, que acham vergonhoso ser homossexual e por isso se escondem. Talvez essa relação com outra pessoa do mesmo sexo já em si caracterize uma fantasia para essa pessoa. De qualquer forma, sempre quis explorar minha sexualidade, e infelizmente os aplicativos não superaram minhas expectativas" relata.
Em resumo, Júlia classifica como positiva sua experiência com apps e afirma que já realizou outras fantasias, como sexo em local público, também com parceiros vindos de apps. Ela realmente acredita ser possível dar asas à imaginação com um namorado, mas que a liberdade dos lances casuais tornam as coisas mais fáceis. "Para um próximo namorado, eu gostaria que ele fosse alguém aberto e que eu pudesse conversar sobre vários assuntos, inclusive de cunho sexual, coisa que não tinha com meus ex. Por outro lado, me dar essa liberdade de experimentar várias coisas sem compromisso sério com ninguém foi muito importante, sinto que me conheço melhor agora", finaliza.
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