Universitária lésbica cria perfil em app gay: 'perguntaram se eu era ativo'
Na última semana, a universitária Ana, 24, decidiu criar uma conta no Grindr, espécie de Tinder para homens gays e bissexuais.
A intenção dela era sanar a curiosidade estimulada por seus amigos. "Me disseram que era muito pior do que o Tinder, no sentido de que as pessoas só queriam sexo e havia muito homofobia entre os próprios gays", disse ao Deu Match!. Em menos de um dia, Ana confirmou as duas teorias.
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Primeiro, Ana, que é lésbica, criou o perfil com a foto do próprio rosto e pegou no sono. Quando acordou, havia ao menos dez interações apitando na tela do celular. Isso significa: mensagens acompanhadas por nudes. Segundo ela, nesse bolo também havia perfis de homens que diziam evitar gays "afeminados" ou "afetados", o que ela considerou um comportamento homofóbico. Apesar das restrições e do approach incisivo, ninguém notou que Ana era mulher.
"Se eu fosse homem de 24 anos, mesmo que tenha cara de mais nova, eu teria ao menos uma penugenzinha de barba na cara. Mas, ainda assim, ninguém notou nada", diz.
Muitos dos pretendentes enviaram nudes já no início do diálogo. "Eles me perguntavam direto se eu era ativo ou passivo", relembra. A realidade era diferente do Tinder ou de outros apps para lésbicas, onde via a possibilidade de ter um encontro, um namoro ou sexo e não somente uma dessas opções.
"Um cara me mandou uma mensagem ao meio-dia me falando: 'vamo aí?'. Véi, quem é que transa ao meio-dia?", pergunta. "Vi um usuário que não falava com quem mostrasse o rosto. Como alguém conversa com o outro sem a foto do rosto?"
Toda a experiência durou cerca de 12 horas, quando Ana desinstalou o aplicativo do celular cheia de respostas, problematizações em aberto e também dezenas de nudes.
Por Marcos Candido, da Universa
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