Romance? Canalhice? Usuárias de apps de paquera contam dates inesquecíveis
Deu Match!?
22/06/2019 04h00
Quem entra em um aplicativo de relacionamento sempre deseja um date. Na hora de passar do virtual para o real, no entanto, sempre rola o frio na barriga: e se a química não bater? Confira histórias de mulheres que enfrentaram a dúvida. E saíram com ótimas histórias para contar.
Romance adolescente
Victoria Melo Alves, 21, conta que quando ainda era adolescente, depois de dois meses conversando com um rapaz que conheceu em um aplicativo de relacionamento, marcou de encontrá-lo no centro de São Paulo. "Ficamos a tarde inteira juntos e falamos bastante, aquela coisa bem descontraída de adolescente, que é muito gostosa, até que chegamos no prédio onde fica o restaurante Terraço Itália."
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A estagiária relembra que, naquela época, era permitido contemplar a vista panorâmica da capital paulista gratuitamente do último andar do prédio, onde fica o restaurante. "Subimos, vimos o pôr do sol e nos beijamos pela primeira vez." A história deles chegou ao fim dois anos depois desse episódio, mas ela ainda hoje lembra com carinho daquele dia. "Foi lindo! Descemos como um casal apaixonado e virou meio que uma tradição nos encontrarmos no centro e nos divertirmos juntos. Sempre que passo ali, relembro o que vivemos."
Apenas bons amigos
Laura Santos,18, também teve um date com clima de romance com um rapaz que conheceu no app. "Logo de cara ele me mandou uma mensagem dizendo que havia planejado nosso primeiro encontro, mas que, pelo meu gosto musical, não tinha certeza se eu toparia sair com ele. E assim começamos a conversar."
Laura Santos encontrou um cara "perfeito para namorar" no app, mas preferiu ser amiga dele. Crédito: arquivo pessoal.
Dias após o contato inicial, depois de muito bate-papo, surgiu a oportunidade de se verem pessoalmente. Mas o rapaz avisou que só contaria o que tinha bolado para o encontro no dia que saíssem juntos. "Fomos a uma hamburgueria e a conversa fluiu super bem. No meio do jantar ele disse que teríamos que ir para outro lugar e me levou a um shopping, que naquela época do ano tinha quermesse e roda gigante", conta.
"Ele fez uma playlist só para o encontro, com músicas que eu gosto, me tratou de maneira tão divertida e leve que fiquei encantada. Quando voltamos para casa, conversamos por mais uma hora e, aí, nos beijamos." Apesar do encontro bacana com o cara que ela define como "perfeito para namorar", Laura percebeu, bem naquele dia, que estava apaixonada por outra pessoa. "Foi incrível, mas não me senti do jeito que estou agora. Esclareci tudo com ele e resolvemos que faríamos disso uma experiência boa, que seríamos amigos. E assim estamos."
Jeito gringo de ser
Jéssica Cristina Pereira, 23, mora nos Estados Unidos há cerca de um ano. "Estava conversando com um norte-americano que conheci no app e comentei que nunca tinha patinado no gelo. Ele, então, me levou para patinar no Central Park (em Nova York). Encerramos a noite jantando num restaurante de comida grega, em que experimentei carne de ovelha pela primeira vez."
Jéssica Pereira já saiu com rapaz que quis ficar totalmente calado no encontro. Crédito: arquivo pessoal.
A advogada conta que, em outra ocasião, no primeiro encontro com um rapaz, ele disse que gostaria de ficar andando em silêncio pela cidade. "Como achei o cara gato e adorei os olhos dele, resolvi ver aonde aquela história ia parar."
O que Jéssica não esperava é que, na mesma noite, teria que lidar com outra situação, no mínimo inesperada. "Quando ele me beijou, achei estranho porque foi totalmente diferente do que nós, brasileiros, estamos acostumados: foi um beijo longo, mas sem língua! Só depois descobri que isso é muito comum por aqui. Foi uma noite engraçada, mas não me animei a repetir a dose."
Final feliz
Quando o assunto é encontro inesquecível, Daniella Cardoso Linhares, 27, tem muita história para contar. A recepcionista lembra de ter se sentido atraída por um homem mais velho com quem conversou em um aplicativo de paquera. "Ele era muito educado, passava uma seriedade que, em apps, não se encontra com tanta facilidade."
"Nos encontramos e, depois daquela conversa de sempre, quando perguntei sobre o último relacionamento dele, o cara disse que tinha se separado havia um mês. Já fiquei alerta. Desse momento em diante ele só falou da ex-mulher, com tanto ressentimento e sentimento, que acabei me sentindo psicóloga dele. No final, o aconselhei a ir atrás dela e tentar uma reconciliação", relembra a recepcionista, aos risos.
Após encontros decepcionantes, Daniella Linhares encontrou sua alma gêmea em um app de paquera. Crédito: arquivo pessoal.
Depois de tudo, ele pediu para encontrá-la novamente, mas ela recusou. "Após algum tempo, vi no Facebook que ele realmente voltou com a ex, mas que não deu certo novamente." Em outra ocasião, conta ter descoberto que um cara que conheceu no app, e com quem estava se relacionando, era casado e tinha um filho recém-nascido.
"As fotos eram aquelas clássicas de casal que exala amor nas redes sociais. O pior é que perguntei se ele namorava antes de sairmos e o cara disse que não tinha namorada, 'só uns lances'. Quando o confrontei e disse que casamento não é 'lance', ele não deu a mínima e ainda insistiu para que continuássemos ficando. Como pode?", relembra, ainda indignada.
Para finalizar, a carioca descreve aquele que foi o encontro mais embaraçoso que teve. "Conheci um menino muito fofo, meigo, gentil, romântico mesmo. Combinamos de nos encontrar em um restaurante e, quando viro para a porta, vejo o rapaz chegando acompanhado da mãe dele! Eu fiquei sem saber como agir, parecia uma pegadinha!"
"Não sei porque ele a levou, mas eu não conseguia falar nada porque toda a situação era muito constrangedora. Ela era muito legal, mas acabou totalmente com a finalidade do encontro", relembra Daniella. Apesar de tantos encontros frustrados, a jovem não desistiu e acabou encontrando o amor há oito meses em um app de paquera.
Por Eligia Aquino Cesar, colaboração para a Universa
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