Usuários falam de encontros frustrados e ciladas que enfrentaram nos apps
Deu Match!?
27/04/2019 04h00
Crédito: Pexels
O bate-papo fluiu bem, as fotos agradaram até que, em algum momento, a conversa que estava quase rendendo um date, desandou. Pior quando a decepção acontece no encontro propriamente dito. Aí, já que o pretendente foi sem noção ao falar de si mesmo, restam algumas opções: fingir que não notou que a pessoa é totalmente diferente da foto que tinha mandado, dizer que não está rolando ou, assumir que o erro foi seu ao não se atentar aos indícios da cilada iminente.
Mayara Vidal acredita que falta sensatez a algumas pessoas após o match. Crédito: arquivo pessoal
Fugindo do imediatismo
Sortuda, Mayara Vidal, 21, diz nunca ter recebido nudes que não foram solicitados. Em compensação há um padrão de comportamento nos aplicativos de relacionamento que a irrita: achar que o match significa que o encontro deve acontecer imediatamente, como se isso fosse a certeza de um date.
"Muita gente entende o match –que não quer dizer quase nada– como uma certeza do interesse. O match para as pessoas sensatas, como eu me considero, é um início, um passo para mostrar que tenho interesse, sim, mas preciso te conhecer, saber quem você é. Não basta ver uma foto sua e meia dúzia de vídeos na biografia para eu ter certeza que é isso mesmo que eu quero", avalia a estudante de Medicina Veterinária.
Mayara destaca ter passado por situações bizarras, que não conseguiu prever enquanto conversava com a pessoa no app. "Aconteceu de sair com um cara que e na hora do encontro perceber que ele era bem mais velho do que eu e ele negar isso. Era vísivel. Uma vez saí com um rapaz, foi interessante e ele sumiu. Depois de um tempo descobri que o cara tinha alguém e que, em vez de ser honesto, quis dar uma de espertinho, ficar uma vez comigo e me descartar. Essa é a vibe do aplicativo, tem muita gente ali que é assim".
Amanda Lopes já teve que desviar na rua de pretendentes inconvenientes. Crédito: arquivo pessoal
Expectativas totalmente diferentes
Para Amanda Lopes Vieira, 20, duas coisas cortam totalmente o clima: pedir para mandar fotos recentes ou quando ela diz que está ocupada e a pessoa faz um drama danado, falando que isso é falta de interesse e coisas do tipo. "Criei um perfil em app de relacionamento pela primeira vez há cerca de dois anos e meio, mas sempre estou desinstalando porque não tenho muita paciência com esse tipo de coisa".
A estudante de Ciência Contábeis conta já ter tido um pós-date que considera, no mínimo, inusitado. "Uma vez marquei de encontrar um cara que conheci no app numa festa. Ficamos e foi tudo bem tranquilo. O problema foi que ele cismou que estávamos namorando e, sempre que encontrava comigo, em qualquer lugar, queria me beijar. Ele tinha 35 anos e com essa atitude? Eu simplesmente parei de respondê-lo e quando o via na rua, trocava de calçada", recorda-se.
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A mineira de Ponte Nova, diz que outra coisa que a irrita é quando o cara começa a fazer planos para um futuro, que sequer foi cogitado por ela. "Quando o rapaz mora na cidade vizinha e já vem todo empolgado dizendo 'vou trazer você para cá para morarmos juntos', eu fico 'oi? Como assim?'. Vergonha alheia total"
Cristiano Souza, 31, conta que muitos dos rapazes que estão em aplicativos de relacionamento não querem encontros baseados somente em afinidades. Ele é taxativo ao afirmar que é quase impossível encontrar em apps de relacionamento voltados para gays, homens interessados em compromisso e não em sexo casual. "Um dia conversei com um cara superatencioso, que mandou fotos e tudo. Só quando perguntei que dia poderíamos nos encontrar, ele disse que era garoto de programa".
Giovane Borba diz que o "match de ideias" é tão importante quanto o "match visual". Credito: arquivo pessoal
Match de ideias
Giovane Borba, 21, já foi um usuário ávido dos apps de relacionamento, chegando a sair com até três pessoas diferentes que conhecia na ferramenta por semana. "Dei uma parada porque senti que nesses aplicativos as pessoas são muito frias. Gosto muito de conversar, então, para mim, é crucial que os assuntos, as ideias, batam. Não curto quando a pessoa quer algo sexual, sem nem conversar direito antes".
O estudante de Relações Públicas deixa claro que a questão não é que ele só saia com alguém que queira algo sério. "Apenas quero saber com quem estou me encontrando e não necessariamente sair e acabou. E esse é o intuito da maioria das pessoas, o que acabou me broxando um pouco em relação aos apps", pontua.
Por Eligia Aquino Cesar, colaboração para a Universa
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