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Usuários mais velhos reclamam de preconceito em apps de relacionamento

Deu Match!?

27/07/2018 04h00

Roberto e Elias são dois usuários do Tinder que, apesar de enfrentarem preconceito por conta da idade, não desistem do app (Foto: Reprodução/Tinder)

Pela natureza instantânea dos apps de relacionamento, é de se pensar que esses meios digitais são povoados apenas por jovens, mas está se tornando cada vez mais comum encontrar perfis de usuários acima de 50 anos nestas plataformas.

O ponto é que, independentemente da idade, o objetivo dos usuários nos apps é o mesmo: encontrar alguém para se relacionar, como é o caso de Elias, de 66 anos. O bancário optou pelos meios digitais pela praticidade que eles oferecem. "É difícil conhecer alguém no dia a dia, e hoje eu não saberia nem aonde ir para encontrar alguém que tenha os mesmos objetivos que eu. Por isso, achei que seria bom usar o Tinder para conhecer alguém", conta ele.

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Com o Tinder no celular há quatro meses, ele utiliza o app todos os dias, mas sem muito sucesso. "É um pouco complicado. Não vejo muita gente com uma idade próxima da minha nesses aplicativos, e quem é mais jovem não se interessa. Tenho esperança de conhecer alguém, mas não sei se vai acontecer", diz ele.

Roberto, de 52 anos, vê preconceito contra pessoas mais velhas. Usuário do Tinder há três anos, até hoje, ele só teve dois encontros. De acordo com sua experiência, a idade dele automaticamente já o rotula para os outros usuários. "Talvez por achar que podem ganhar dinheiro fácil, tem muita gente que fala comigo dizendo que faz programas, como se a única forma de eu me relacionar com alguém fosse pagando. Tem gente que curte pessoas mais velhas, sim", diz ele.

Esse preconceito contra a idade também se manifesta de maneira mais direta. "Um dia desses, um usuário me disse que quem gosta de velho é museu. Não fiquei chateado com a mensagem, mas pensei: daqui uns anos, esse pessoal acha que será o que? Ninguém é jovem para sempre", pondera Roberto.

Outra usuária que anda testando os aplicativos é Maria Tereza, de 60 anos. Instigada por uma amiga, ela instalou o Tinder há dois meses e confessa que demorou um pouco para pegar o jeito. "Eu via as fotos e jogava os perfis para o lado, mas por muito tempo nada aconteceu, achei que o aplicativo nem funcionava, mas, depois, alguns perfis apareceram para conversar comigo. Não tive nenhum encontro até agora e, na verdade, eu até esqueço de usar o app", conta ela.

Para Maria, aplicativos facilitam, sim, fazer contato com pessoas, mas o olho no olho ainda permanece como o melhor jeito de conhecer alguém. "Acho que é melhor levar esses aplicativos mais como brincadeira. Não acredito que você possa conhecer alguém para ter algo sério por lá, ainda mais na minha idade. É melhor sair com amigos e conhecer pessoalmente. O bingo da igreja é bem mais legal do que ficar no celular", brinca ela.

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