"Conheci o amor da minha vida no Tinder". Quem ouve essa frase saindo da boca do jornalista Lucas Nascimento, 22, nem imagina que ele escreveu um livro sobre desilusões nos aplicativos de paquera. Lucas e Felipe estão juntos há pouco mais de dois meses e já pensam em casamento. Contudo, a sorte nem sempre foi amiga do paulistano.

Lucas lançou o livro "Eu me iludo, sim", de sua autoria, na Bienal do Livro de São Paulo em 2016. Para a obra, ele escolheu dez das mais bizarras histórias que viveu nos aplicativos de paquera. Ao Deu Match, ele selecionou as melhores… Ou piores.

"Conheci meu ex-namorado no Tinder. Eu o amava intensamente, tinha certeza de que tinha encontrado o homem da minha vida. Só que ele nunca assumiu nosso relacionamento para ninguém. Ficamos juntos por pouco mais de um ano e sempre precisávamos mentir para todo mundo porque ele não queria se expor", contou Lucas.

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"Até que não aguentei e contei para uma amiga dele. O que eu não sabia é que ela era apaixonada por ele. Os dois se uniram contra mim, ele começou a me trair com outro cara e ela incentivava. Quando descobri, fiquei sem chão. Tentei me matar, tive depressão, perdi o emprego, enfim… Foi um baque muito grande", disse.

Depois dessa loucura toda, o jornalista demorou para se recuperar. A luz no fim do túnel começou a aparecer quando ele conheceu outro homem, que o fez sentir, de novo, o amor. "Começamos a ficar e nos apaixonamos. O lance virou namoro, saíamos quase todos os dias, era incrível. Até que um dia fomos a uma balada e ele beijou outro cara na minha frente. Quando perguntei o que estava acontecendo, ele disse que a gente não tinha nada", explicou Lucas, que não conseguiu conter a raiva.

"Surtei e arrebentei ele na porrada. Estava super bêbado, não me orgulho do que fiz, mas aquela frustração foi tão grande que não consegui me conter. Bati a cabeça dele várias vezes no vidro do ponto de ônibus e ele teve que ser levado ao hospital. Sorte que não aconteceu nada", disse.

Desde a última decepção até o início do relacionamento com Felipe, passou-se um ano. "Finalmente, entendi o que é um relacionamento recíproco, que me faz bem, feliz; um namorado que me entende, ajuda, compreende. Passamos por várias barreiras, família preconceituosa que não aceitava o namoro, amigos que tentaram nos separar, enfim. Nunca estive tão feliz".