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Deu Match!?

"Somos elitistas", diz criador de app de namoro para "público selecionado"

Deu Match!?

10/04/2019 04h00

Crédito: Pexels

Em 2012, após terminar um longo relacionamento, David Vermeulen passou a pesquisar sites de namoro online. O que o holandês, à época com 35 anos, não esperava, era se decepcionar com o que encontrou na internet. Nas palavras dele, páginas preocupadas em quantidade e que não transmitiam confiança aos usuários, já que permitiam comportamentos como o uso de apelidos estranhos para se identificar na plataforma, por exemplo.

Apesar da decepção inicial, Vermeulen acreditava que o namoro online era uma forma de se relacionar que tinha tudo para crescer, mas deveria oferecer mais qualidade dos matches do que quantidade. Foi a partir daí que surgiu a ideia do The Inner Circle (TIC), aplicativo de relacionamento que tem dois diferenciais, segundo David: selecionar os participantes e promover eventos para que haja interação entre os usuários.

O TIC, que conta com mais de 1,6 milhão de membros espalhados por 30 cidades ao redor do mundo, como Amsterdã, Londres e Nova York, agora desembarca no Brasil. Com lançamento nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo, a capital paulista foi escolhida, por ter cerca de 20 mil usuários esperando para usar o app, segundo seu fundador.

Quem pode ser membro

De acordo com David, o primeiro critério de triagem da equipe do app é a qualidade e realidade da foto. Não são permitidos retratos sem camisa ou que não sejam sérios, nos quais as pessoas mostrem seu rosto como ele é de fato, além disso, é utilizado reconhecimento facial por inteligência artificial para ajudar nessa seleção. O segundo parâmetro analisado são as redes sociais, o número de amigos e atividade para garantir que é uma pessoa real. Também são avaliados idade, educação e profissão.

"Os perfis são exclusivos porque, além dessa seleção criteriosa, utilizamos um algoritmo que faz conexões com pessoas que realmente têm afinidades, mesma escolaridade e preferências. Apenas 50% dos pedidos de perfil são aprovados", explica Vermeulen.

O tempo para a aceitação de novo usuário pode levar um minuto ou até meses. Em alguns casos, é solicitada a substituição da foto e em outros o solicitante pode ficar meses na lista de espera ou nunca ser aprovado por não atender aos parâmetros de qualidade do app. Os valores de planos de assinatura variam de R$ 45,90 a R$ 259 para VIP Full Membership, quanto mais caro, maior será o acesso às funcionalidades. Um detalhe: algumas pessoas são convidadas a utilizar gratuitamente o TIC.

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As festas offline são apontadas como um grande diferencial. No Brasil, as primeiras delas foram realizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas a ideia é que esses eventos aumentem de periodicidade conforme a demanda. Os ingressos são limitados e nos primeiros eventos no país custaram cerca de R$ 120 cada, com direito a quatro horas de open bar. Na capital inglesa, por exemplo, é feita uma festa por mês que conta com cerca de 800 membros participantes.

O aplicativo pode ser usado tanto por heterossexuais quanto pelo público LGBT. Além dos critérios já citados, o app leva em conta a usual proximidade por geolocalização na busca pelo par ideal.  Pessoas de todo o Brasil podem utilizar o app que está disponível para download, mas nas cidades onde estão sendo feitos os lançamentos e festas espera-se uma participação maior de usuários. "É importante enfatizar que se trata de um aplicativo mais elitista, porque é esse tipo de público que queremos atingir", conclui David.

Opinião do usuário

"Uso o app desde o começo de fevereiro e acho ótimo. Primeiro porque não é necessário dar match para falar com as pessoas como em outros aplicativos nos quais fica esperando para conversar. Aqui você simplesmente fala com a pessoa, se ela não quiser continuar, te bloqueia e está resolvido.

O app é bem direcionado para um tipo muito específico de público, tanto que você pode acessá-lo pelo Linkedin. É um nicho que gringo chama de "young professional": mais jovem, entre 25 e 40 anos, em posição de liderança na empresa e mais elitizado também. Isso é bastante positivo para quem está dentro desse grupo, mas não deve ser muito para quem está fora dele.

A ideia dos eventos é legal porque você terá a chance de conhecer um monte de gente pessoalmente e interagir com essa galera.

O alto preço é um dos pontos negativos. Acho que como estratégia eles deveriam adequar o preço ao país. Outra coisa ruim é que eles operam em cidades específicas. Se, por exemplo, você está em São Paulo consegue usar, já em São Carlos, que é no interior, nem tanto. Esses dias eu estava na capital paulista e conversei com uma menina de Blumenau (SC), mas, para que isso fosse possível, nós dois colocamos que estávamos em São Paulo."

Thiago Rodrigues, 36, RH

Por Eligia Aquino Cesar, colaboração para a Universa

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