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Deu Match!?

Apps querem te ajudar a encontrar um amor. Mas eles são capazes disso?

Deu Match!?

14/12/2018 04h00

Encontrar um amor via app pode ser mais difícil do que você imagine (Foto: Pexels)

"Qualquer deslizar pode mudar a sua vida". A frase de impacto, que já foi slogan do Tinder, pode ser interpretada como uma promessa de grandes emoções para a vida amorosa, e resume bem o objetivo de todos os aplicativos de relacionamento: ajudar o usuário a encontrar um amor. Mas será que os apps são realmente capazes disso?

Se você perguntar para a analista financeira Isis Moreira, de 24 anos, ela responderá que sim. Ela encontrou sua namorada pelo Happn há dois anos, e a relação vai muito bem. Mas ela reconhece que o uso de aplicativos não segue muito a fórmula de "ação e reação". "Antes de começar a namorar a Heloísa, eu usava bastante apps, e conversei com dezenas de pessoas, mas, por mais que você faça a sua parte, demonstre interesse, faça tudo certinho, nada garante que o rolo vai para frente. Tem que ser recíproco", analisa ela que, mesmo com muitas rejeições não deixou de lado os apps.

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Assim, pode-se dizer que os aplicativos de relacionamento já estão muito presente na vida das pessoas. Para a gerente de marketing do Match Group LatAm, Mariana Frensel, os apps são tão populares por conta do papel facilitador para a vida amorosa dos usuários. "Os sites e apps de relacionamento ajudam a unir pessoas que são compatíveis e que possuem os mesmos objetivos. Eles funcionam especialmente bem para pessoas que buscam praticidade e perfis específicos, e aumentam  a possibilidade de achar alguém que tenha sinergia com o que você busca", explica Frensel.

Como tudo na vida, existem os lados positivos e negativos. Frensel destaca os aspectos tecnológicos dos apps, com foco na possibilidade de conversas com diversas pessoas ao mesmo tempo, e o contato específico com alguém que  perfis desejados. Pagando um valor mensal em alguns apps é possível expandir ainda mais a possibilidade de filtrar as características físicas e geográficas dos pretendentes para atingir apenas quem atende os seus pré-requisitos. Porém, a falta de solidez é um grande problema, pelo menos para o publicitário Paulo Rigo, de 27 anos.

"Eu sempre tive muita facilidade para conseguir sexo casual e encontros apenas para curtir, então, por esse lado, diria que apps funcionam muito bem, sim. Mas até hoje nunca encontrei ninguém que mexesse comigo, que eu olhasse e acreditasse que tinha encontrado a mulher certa para namorar", conta.

"Eu estou namorando há seis meses com um cara que conheci no Tinder e está sendo bem legal, mas você tem que passar por muitos embustes até encontrar alguém que presta. Além de mim, nenhuma das minhas amigas já namorou com alguém de app e elas nunca conseguem nada além de sexo, e sei que hoje em dia elas já nem esperam nada além disso", diz a comunicóloga Sofia Venâncio, de 24 anos.

No imaginário coletivo existe essa ideia de que apps de relacionamento são espaços em que o resultado das interações será única e exclusivamente sexo. Para Frensel, essa ideia, ainda que muito presente, é falsa.

"A facilidade da tecnologia também trouxe alguns estigmas que precisam ser constantemente quebrados, e esse é um deles. Os sites e aplicativos de relacionamento vieram para aproximar pessoas de diversos locais de forma mais prática, principalmente com relação a busca de perfis específicos. Existem muitas pessoas em busca de relacionamentos. Na plataforma 'ParPerfeito', por exemplo, 80% dos usuários buscam um relacionamento sério, então, não, quem usa apps não quer só sexo", afirma ela.

Mesmo sabendo que existem pessoas com o mesmo desejo de ter algo mais sério, Paulo acha muito difícil usar apps para atingir essa meta. "Dá muito trabalho. Você vê todas aquelas pessoas online, é muita gente para interagir e você pensa que de alguma delas sai algo, mas todo o esforço de mandar mensagem, atenção, ir atrás é muito cansativo, e é muito difícil se comprometer porque tudo nesse meio online é intangível. Como vou saber se aquela pessoa que mando mensagem não vai me bloquear no dia seguinte? É muito esforço para poucos resultados", diz.

Para não se frustrar a gerente de marketing indica ter expectativas realistas no uso dos apps. "Esses serviços de relacionamento contam com algoritmo de busca inteligente e também existem os aplicativos de nichos, que filtram pessoas com interesses específicos. Para que um relacionamento sério aconteça, a necessidade e disponibilidade precisa ser de ambos os lados para alinhar os interesses e chegar a um acordo. Ao conhecer alguém pela internet é mais fácil identificar se será possível alcançar esse ponto de equilíbrio ou se é melhor buscar outra pessoa com interesses mais parecidos com o seu", finaliza ela.

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Notícias, curiosidades e muitas histórias de quem já se deu bem ou quebrou a cara nos apps de paquera.

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