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Deu Match!?

Antes da internet, o nosso Tinder era o Carnaval

Deu Match!?

10/02/2018 04h00

Imagina só você ter os aplicativos de paquera à sua disposição apenas durante quatro dias no ano? Era essa a realidade de quem viveu antes da internet, da galera que, literalmente, esperava o Carnaval chegar pra ser vadia. Estela, 77 anos, contou ao Deu Match algumas de suas aventuras sob confetes e serpentinas. "Eu adorava o Carnaval, esperava por ele o ano inteiro. Tinha que sair de casa escondido para que o meu pai não me visse", disse a dona de casa.

Eu paquerava muito! Me escondia com os rapazes em algum canto para que ninguém nos visse

Estela tinha 16 anos quando começou a frequentar os bailes do clube de Santo André, para onde se mudou com a família ainda na infância. Como não tinha dinheiro para se tornar sócia, se passava pela prima de uma amiga. "Ela e a prima eram sócias do clube, quer dizer, as famílias delas. E essa menina nunca pulava Carnaval, ela não gostava. Então eu aproveitava e me passava por ela para entrar no baile", contou. "Eu paquerava muito! Me escondia com os rapazes em algum canto para que ninguém nos visse. Eu aproveitava. O problema era escrever os nomes deles no caderno depois, já que eram muitos e eu não lembrava", riu.

Aos 51 anos, Deborah se diverte ao lembrar de tantos Carnavais pulados em Águas de Lindóia, no interior de São Paulo. "Já fui até rainha do Carnaval", contou. Na cidade, as festas começavam na rua e se estendiam para o salão. Deborah não perdia nenhuma delas. "A gente montava fantasia, ia pra rua e depois pro salão. Nossa expectativa era a chegada dos meninos que vinham das cidades vizinhas. Aquele era o momento de atacar! Eu passava as férias inteiras paquerando, mas no Carnaval todo mundo aproveitava pra se soltar e pegar os crushes do ano inteiro", lembrou a advogada.

O gostoso era conseguir beijar o paquera das férias

Quando o tópico é o número de bocas beijadas na noite, Deborah relativiza: "Não tinha isso de beijar muitos caras, não. Às vezes rolava um por noite. Mas o gostoso era conseguir beijar o paquera das férias. Sempre tinha uns cantinhos pra gente se beijar, e quando a coisa engrenava, virávamos a noite e íamos ver o sol nascer em algum morro. Bons tempos!"

Tinder? Nem sei o que é isso. Mas pelo que você me disse, ainda prefiro o Carnaval. Dá mais frio na barriga

Já Francisco, 69, não economizava na paquera: "Eu beijava muito e me apaixonava por todas as mulheres da noite. Não tinha jeito, eu precisava beijar todas senão iria pra casa triste", contou o aposentado.

Morador do centro de São Paulo, Francisco diz que em cada esquina pela qual ele passa, as lembranças do Carnaval ficam mais vivas. "Ah, tudo me lembra os meus tempos áureos de folião. E agora que os bloquinhos estão na moda, eu morro de alegria. Sempre tem algum bloco que passa perto de casa, eu fico na janela observando. Acho o máximo, apesar da barulheira", contou.

"Tinder? Nem sei o que é isso. Mas pelo que você me disse, ainda prefiro o Carnaval. Dá mais frio na barriga".

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