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Ghosting: o fenômeno do sumiço que ronda os relacionamentos via internet

Deu Match!?

28/02/2018 04h00

Se você já tentou estabelecer algum tipo de relação com alguém via internet, certamente sabe o que é o ghosting: aquele processo chato em que você começa a conversar com alguém, trocar paqueras, até que vocês realmente saem e, com o tempo, a pessoa vai desaparecendo. Às vezes, ela desaparece antes mesmo de você saírem. Esse sumiço é repentino, vem sem explicação, não rola um "acho que não rolou química" ou então "olha, você é ótimx, mas vou ficar de boa agora", não rola nem um "não tô mais a fim de falar com você".

Ghosting em ação!

Jaqueline* tem 23 anos e já passou pelo ghosting algumas vezes: "É um saco porque você tá de boa, não tem nenhuma intenção de ter um relacionamento sério com aquela pessoa, mas parece que ela acha que você já tá apaixonada, pensando no casamento", desabafou a estudante ao Deu Match. "Comigo já aconteceu algumas vezes, mas a pior delas foi quando eu e o fulano estávamos ficando amigos. Ele sabia da minha vida, eu da vida dele, e a gente saía casualmente, o que era demais. Éramos amigos com benefícios. Só que teve um dia em que eu disse a ele que estava curtindo muito o nosso lance. Pronto, entendeu tudo errado e começou a sumir: começou a responder mensagens uma vez por dia, sempre inventava compromisso quando eu o chamava pra sair… Até que paramos de nos falar", contou.

Segundo a psicóloga Marcia Martins, o fenômeno é resultado da blindagem que a internet propicia aos usuários. "Quando você está atrás de um computador, de um celular ou o que quer que seja, você se blinda. É como se você estivesse protegido e, por isso, as pessoas se sentem seguras para fazer o que bem entenderem", explicou. "A dificuldade em dizer a verdade acontece quando você tem a possibilidade de ser esquecido. Inventar compromissos é mais fácil do que dizer que não está mais a fim. A geração que cresceu com a internet se tornou menos corajosa na hora de assumir responsabilidades, principalmente quando elas envolvem outra pessoa", explicou.

O Deu Match conversou com 30 pessoas, homens e mulheres. Entre elas, nove preferem fazer e receber ghosting a saberem o real motivo do desaparecimento; seis afirmaram que preferem fazer ghosting mas não gostam quando são vítimas dele. As 15 pessoas restantes desaprovam o sumiço repentino em qualquer situação.

*Nome fictício para preservar a identidade da personagem

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